Um novo escurecer: Sangue e balas de goma (Parte I)




Todo ser humano já nasce sabendo que existe uma pequena faixa que separa a realidade da imaginação. É nesse limiar entre o real e o irreal, que nós homens de imaginação fértil, desenvolvemos os lendas que o ser humano irá carregar pelo resto de sua porca existência na face do grande globo azul. Um dos meus temas preferidos para as lendas são os vampiros, afinalnada melhor que usar um ser quase humano para colocar medo nos próprios humanos.

A primeira história que irei contar é sobre um vampiro neófito residente na cidade mais movimentada do mundo, Nova Iorque. Leiam e aproveitem bem, porque agora o limiar entre a realidade e a imaginação acaba de ser transgredido...

***
Eram oito e meia quando Derick se levantou da cama e foi em direção ao banheiro de seu apertado e sujo apartamento. O jovem olhou para sua própria imagem no espelho riscado que fica encima da pia, assim como em qualquer outro apartamento naquele prédio velho e cheio de infiltrações. Ele sabia que havia algo de errado em sua face, mas não podia dizer o que era. O cabelo ainda era o mesmo arrepiado e negro como a noite, os olhos também estavam em perfeito estado, com sua marca roxa recorrente de uma briga que tivera com um dos seguranças do Striper´s Hotss. Então levou a mão à boca, havia um gosto estranho em sua garganta, era como se tive bebido litros de soro hospitalar de uma só vez. Perguntou-se se havia dormido no hospital mais uma vez em coma alcoólico e teria até acreditado nessa possibilidade se não lembrasse que havia sido trazido para casa pela garota de cabelos verdes que havia encontrado no bar na noite anterior. Lembrar dela também não era uma boa saída, porque hoje em dia com tantas drogadas ladras só esperando um otário como ele para roubar a carteira, ela não seria a melhor lembrança da noite que estava começando, descobrir que havia sido roubado também não era uma coisa boa de se ficar sabendo.
Derick andou de volta a sua sala/quarto e procurou a carteira encima da mesa que ficava no canto da parede junto a janela, e felizmente ela se encontrava lá também. Podia deixar o desespero de saber se havia transado com a estranha ou não para depois de uma sopa pré-pronta esquentada no microondas, mas não precisou esperar tanto, porque assim que se virou para caminhar até o armário de mantimentos, pisou em uma camisinha que não precisava de maiores vistorias a fim de confirmar seu uso. Mais uma vez havia transado com uma completa estranha, o álcool tinha esse efeito nele, mas pensou que dessa vez foi menos mal, pois havia usado camisinha. Continuou seu percurso até o armário, dirigindo-se logo em seguida para ao microondas que havia sido presente de sua querida mãe.
A mãe de Derick era uma boa mulher segundo os próprios pensamentos dele. Ele não ligava que ela havia si prostituido durante seus primeiro cinco anos de vida, porque essa foi a única forma dela o sustentar e talvez a situação não tivesse mudado muito caso o John, seu padrasto, não a tivesse aceitado mesmo com seu passado não ortodoxo.
“A vida no mundo moderno é boa”, penso, “em cinco minutos, temos uma bela sopa, como aquelas que aparecem nas propagandas de sábado de manhã”. Mas o que ele não sabia era o que estava esperando naquele momento, foi Derick colocar a colher com o liquido ainda quente na boca, que a maçaneta da porta começou a girar, barulho de chave acompanhava no movimento giratório. A porta se abriu e uma garota de cabelos verdes que aparentava ter mais ou menos dezenove anos passou por ela, era a mulher que Derick conhecera na noite anterior, ou pelo menos assim ele achava. Ela entrou e fechou a porta, trancando a logo em seguida. Andou até onde ele estava e só então pode perceber que ela carregava sacolas de mercado nas mãos. Ele não conseguia acreditar, mal conhecia a caveira de cabelos verdes e mesmo assim ela já estava fazendo compras para a casa, aquilo se não era hilário, era humilhante.

- Oi! – havia sarcasmo na voz de Derick – Bom, acho que não nos conhecemos muito ainda. Nem ao menos sei seu nome e vejo que você já fez compras. Devo parecer um morto de fome. Qual o seu nome? Ou vou ter que te chamar de meninas dos cabelos dos cabelos verdes?
- Você parece muito mais que um morto de fome. Magro desse jeito nem sei como pode agüentar tanto ontem a noite. – ela não olhou para ele enquanto retirava as coisas e colocava na mesa.
- Nossa! Quanta agressividade senhorita cabelos verdes, mas acho que essa não é a forma certa de me tratar em minha própria casa...
- Primeiro pode me chamar de Cibele. - Ela o interrompeu olhando diretamente em seus olhos de uma forma ameaçadora - E segundo que essa casa não é mais sua, agora ela me pertence assim como você.

Derick queria acreditar que havia um tom de brincadeira na voz daquela mulher, mas não pode achar esse tom, então concluiu que essa era mais uma das tantas loucas com quem havia tido uma transa casual, logo a melhor coisa que poderia fazer era colocá-la para fora o mais rápido possível dispensando honrarias desnecessárias. Mas não foi bem isso que aconteceu. Ela continuou olhando para os olhos dele de uma forma que denunciava o quanto era perigosa. Ele se levantou da cadeira e começou a ir em direção aquele figura de cabelos verdes que ainda tinha espinhas na cara, mais uma vez pensou em qual seria a real idade dela, agora que estava mais próximo percebeu que ela poderia ser menor de idade e esse fato seria muito ruim caso um dos seus visinhos mais fofoqueiros a tivesse visto entrar no apartamento. Já estava decidido a segura-la pelo braço para “gentilmente” guiá-la até a saída quando em uma fração de segundo ela percorreu a distancia que havia entre seus corpos e o pegou pelo pescoço levantando logo em seguida até que ele batesse com a cabeça no teto baixo.
- Escuta aqui seu idiota. – a voz dela não era mais humana, talvez não fosse uma voz fácil de classificar. Se você tentar tocar em mim mais uma vez, juro que vou te dar a pior morte que você pode ter. Considere-se um sortudo por eu não ter te prendido no banheiro ou não ter te drogado mais. Se você ainda está vivo é porque eu sou piedosa. – terminou a frase o jogando para o canto da sala, perto da pia da cozinha.
A dor na nuca era grande e visão ficou um pouco embaçada, porém Derick pode se levantar e pegar a faca que estava em cima da pia. Não pensou direito na hora, só sabia que aquilo que estava ali de pé não era humano. Foi direto na direção da cabeça verde, com a faca empunhada para o alto, pronto para desferir um golpe, o que realmente não seria muito inteligente, afinal de contas era assassinato. Mas Derick só deu uma facada no ar, a garota já não estava mais ali, foi então que sentiu uma presença as suas costas e logo depois mais uma forte dor na nuca. O mundo foi se apagando e deixando de ser solido, Derick estava desmaiando.

Continua...

4 Sua opinião:

Mari Vianna disse...

nooooossa!
eu to perdida, juro.
ele transou com a menina, de repente a casa era dela e ele tambem, de repente ela some... haahhaha
quero saber o resto
espero que eu lembre do endereco do blog

adorei :)

Mari Vianna disse...

aaah eu viajo nos blogs, entende? vou de link em link! eu vou clicando e os que eu gosto eu paro, leio, e comento. as vezes nao leio, mas guardo pra ler depois! ahhaha .. o seu eu realmente li.. nao lembro em que blog, mas achei cada um em um diferente, mas linkado.. poste a segunda parte logo :)

e nao precisa de agradecimentos!
adorei mesmo!

beeeijos

Cabal disse...

Tá bom Breno, continua cumpadi.

Lídia disse...

De link em link não é que acabo encontrando alguma coisa interessante? Tou gostando do seu blog,
Abraço!