Para acompanhar melhor, leia os capítulos anteriores.
Capítulo I – Vendo o invisível
Capítulo II – Grandes descobertas
Capítulo III – Explicando a realidade
Capítulo IV – Caçando no esgoto
Nesse capítulo que eu estou postando agora a história deixa de girar entorno de Milena e passa a falar de outro personagem.
Espero que o pessoal que está lendo continue e quem ainda não leu que passe a faze-lo
Capítulo V – Olhando pela janela.
Já era a terceira vez que Sam acordava no meio da noite porque um pesadelo se interpôs entre ele e a paz de um sono quente e sem problemas. Ele se levantou coçando a cabeça de cabelos negros como o manto de noite que se estendia janela a fora. Não havia nada que podia fazer, voltar a dormir quando se acorda de um sonho ruim como esses não é o melhor remédio, você pode se deparar com o mesmo pesadelo e acabar ficando preso nele para o resto da vida. Então o melhor a fazer era levantar e tomar alguma coisa forte para acalmar os ânimos. Sam se virou agora sentado na cama e pode perceber o quanto já havia suando só olhando para o estado de lençol que o estava cobrindo.
De certa forma Sam estava acostumando-se com os pesadelos, era a quinta noite seguida que ele tinha que ver coisas que não queria, coisas que faziam sua espinha tremer como um peixe recém abatido. Tinha que levantar e tomar alguma coisa urgente, se não era capaz de ver aquelas coisas só fechando os olhos. Checou o armário e para sua infelicidade ficou ciente que não havia mais nenhuma garrafa de vodka que seu primo havia trazido. Era quase um insulto um latino preferir vodka a tequila, mas Sam não se importava, sempre tivera gostos estranho, quando era garoto gostava de ficar em cima de seu prédio olhando para a cidade com seus binóculos, algumas pessoas achavam ele doente, mas ainda podia se lembrar das palavras de seu pai sobre seus gostos: “Apenas não toque! Se você estiver só olhando, eles não podem te acusar de nada!”. Talvez olhar voltasse a acalmar seu coração, ele pensou procurando seu binóculo, agora um profissional e com lentes noturnas.
Sam bateu a porta do apartamento com o coração ainda sofrido por não poder ter acesso à santa vodka curadora de males como os pesadelos, mas já podia se sentir melhor por poder observar a cidade em uma noite tão clara como aquela. Seria relativamente fácil: só achar um prédio nem alto nem baixo e que tivesse escadas para o telhado. Demorou um pouco procurando o prédio e quando parava e fechava os olhos podia ver a última cena que os olhos de sua mente virão. Uma mata fechada, tão fechada quanto se pode ser, ele corria em direção de sabe lá Deus o que, quando no meio do caminho ele percebe que está sendo seguido, mas não pode ver que está atrás dele, pois se olhasse para trás ia perder tempo e eles iriam pega-lo. O sonho terminava com ele dando de cara com uma “coisa” metade monstro, metade máquina que tinha em seus braços o corpo de uma jovem de cabelos curtos e olhos extremamente azuis.
Ele encontrou o prédio perfeito e subiu nele feito um alpinista escalando uma montanha ainda não explorada. Cada parada nos lances da escada significa que poderia ser visto, por isso ele trata de não parar até estar no telhado. Então quando se encontra localizado no telhado, no telhado perfeito, escondido nas sombras, trata de escolher sua primeira vítima: um prédio residencial que fica a esquerda do prédio em que ele está assentado.
Ser um voyeur é um trabalho que exige muita paciência, mas pode ser bem recompensador dependendo do ponto de vista com que a situação é vista. Ele sabe que tem que esperar muito antes de qualquer ação, por isso não se detém muito nas janelas onde ainda há luz ou brilho de aparelhos de televisão. Procura as janelas com as cortinas fechadas, porque sabe que existem motivos muito bons para que elas estejam fechadas. A primeira analise não dura mais que dez minutos: são vinte andares, quatro janelas por andar, das oitenta janelas setenta e três está completamente com as luzes desligadas e as cortinas abertas, como já era de se esperar: pessoas comuns. Mas são as outras dezessete janelas que o interessam. Em duas ele pode ver casais transando, nada demais ou que mereça sua atenção, em três um cara gordo está vendo televisão enquanto se empanturra de salgadinhos ou bolinhos, sobram quinze janelas e muitas delas só deixam a vista cômodos sem graça em que não existe presença humana digna de ser observada.
Sam começa pensar que era melhor ter ido até uma loja vinte e quatro horas e ter comprado uma ou duas garrafas de vodka, talvez ele fosse assaltado no meio do caminho e isso sim seria emoção o suficiente para fazer esquecer a figura sinistra que ele havia visto no sonho. Mas é quando ele se prepara para a retirada à procura de outro prédio ou de uma loja, que uma luz repentinamente se acende chamando sua atenção. Um das janelas de luz desligada com uma pessoa dormindo resolveu mostra ação. Ele se senta na escuridão novamente e se preparada para observar. A visão é das mais comuns: uma mulher, provavelmente na casa dos vinte e poucos anos, se levantou para ir ao banheiro, que fica enfrente a janela, apenas precedido de um pequeno corredor, pegar algum remédio. Ela caminha até o que provavelmente é a cozinha e volta com um copo de água, senta na cama em quanto toma seu remédio junto com um copo grande de água. Aquela é uma das cenas mais normais que um ser voyeur pode presenciar, mas mesmo assim ela foi como um soco na boca do estomago de Sam. Ele ficou tentando aumentar o zoom do binóculo, mas ele já havia visto bem nitidamente para ter certeza: aquela mulher bebendo água era a mesmo que ele havia visto em seu pesadelo a algumas horas atrás.
Quando coisas estranhas acontecem, demora um pouco para que a mente volte a raciocinar. A de Sam levou exatas duas horas de observação para voltar ao normal e quando foi dar por si, já estava quase amanhecendo e ele tinha voltar para seu apartamento e se arrumar para ir trabalhar. Anotou o nome da rua e o número do prédio, assim como o número que ele acreditava ser o do apartamento da tal mulher. Foi correndo para casa na esperança de não se atrasar para o trabalho pela sétima vez esse mês.
Durante o caminho de volta, Sam via em cada reflexo de vidro a imagem da mulher misteriosa presa nas garras do monstro máquina que o estava seguindo em seu sonho, então ele percebeu que aquela cena seria muito difícil de ser esquecida. Correu pela escada do seu prédio rezando para poder ter tempo de só pegar uma camisa limpa e ir voando para o trabalho. Mas quando abriu a porta do apartamento percebeu que as coisas não iam acontecer da forma como ele queria. Parado a sua frente estavam dois homens com roupas que lembravam os personagens do filme, Senhor dos Aneis.
- Vossa senhoria seria o jovem Samuel Morris? – perguntou o barbudo com um cajado nas mãos.
De certa forma Sam estava acostumando-se com os pesadelos, era a quinta noite seguida que ele tinha que ver coisas que não queria, coisas que faziam sua espinha tremer como um peixe recém abatido. Tinha que levantar e tomar alguma coisa urgente, se não era capaz de ver aquelas coisas só fechando os olhos. Checou o armário e para sua infelicidade ficou ciente que não havia mais nenhuma garrafa de vodka que seu primo havia trazido. Era quase um insulto um latino preferir vodka a tequila, mas Sam não se importava, sempre tivera gostos estranho, quando era garoto gostava de ficar em cima de seu prédio olhando para a cidade com seus binóculos, algumas pessoas achavam ele doente, mas ainda podia se lembrar das palavras de seu pai sobre seus gostos: “Apenas não toque! Se você estiver só olhando, eles não podem te acusar de nada!”. Talvez olhar voltasse a acalmar seu coração, ele pensou procurando seu binóculo, agora um profissional e com lentes noturnas.
Sam bateu a porta do apartamento com o coração ainda sofrido por não poder ter acesso à santa vodka curadora de males como os pesadelos, mas já podia se sentir melhor por poder observar a cidade em uma noite tão clara como aquela. Seria relativamente fácil: só achar um prédio nem alto nem baixo e que tivesse escadas para o telhado. Demorou um pouco procurando o prédio e quando parava e fechava os olhos podia ver a última cena que os olhos de sua mente virão. Uma mata fechada, tão fechada quanto se pode ser, ele corria em direção de sabe lá Deus o que, quando no meio do caminho ele percebe que está sendo seguido, mas não pode ver que está atrás dele, pois se olhasse para trás ia perder tempo e eles iriam pega-lo. O sonho terminava com ele dando de cara com uma “coisa” metade monstro, metade máquina que tinha em seus braços o corpo de uma jovem de cabelos curtos e olhos extremamente azuis.
Ele encontrou o prédio perfeito e subiu nele feito um alpinista escalando uma montanha ainda não explorada. Cada parada nos lances da escada significa que poderia ser visto, por isso ele trata de não parar até estar no telhado. Então quando se encontra localizado no telhado, no telhado perfeito, escondido nas sombras, trata de escolher sua primeira vítima: um prédio residencial que fica a esquerda do prédio em que ele está assentado.
Ser um voyeur é um trabalho que exige muita paciência, mas pode ser bem recompensador dependendo do ponto de vista com que a situação é vista. Ele sabe que tem que esperar muito antes de qualquer ação, por isso não se detém muito nas janelas onde ainda há luz ou brilho de aparelhos de televisão. Procura as janelas com as cortinas fechadas, porque sabe que existem motivos muito bons para que elas estejam fechadas. A primeira analise não dura mais que dez minutos: são vinte andares, quatro janelas por andar, das oitenta janelas setenta e três está completamente com as luzes desligadas e as cortinas abertas, como já era de se esperar: pessoas comuns. Mas são as outras dezessete janelas que o interessam. Em duas ele pode ver casais transando, nada demais ou que mereça sua atenção, em três um cara gordo está vendo televisão enquanto se empanturra de salgadinhos ou bolinhos, sobram quinze janelas e muitas delas só deixam a vista cômodos sem graça em que não existe presença humana digna de ser observada.
Sam começa pensar que era melhor ter ido até uma loja vinte e quatro horas e ter comprado uma ou duas garrafas de vodka, talvez ele fosse assaltado no meio do caminho e isso sim seria emoção o suficiente para fazer esquecer a figura sinistra que ele havia visto no sonho. Mas é quando ele se prepara para a retirada à procura de outro prédio ou de uma loja, que uma luz repentinamente se acende chamando sua atenção. Um das janelas de luz desligada com uma pessoa dormindo resolveu mostra ação. Ele se senta na escuridão novamente e se preparada para observar. A visão é das mais comuns: uma mulher, provavelmente na casa dos vinte e poucos anos, se levantou para ir ao banheiro, que fica enfrente a janela, apenas precedido de um pequeno corredor, pegar algum remédio. Ela caminha até o que provavelmente é a cozinha e volta com um copo de água, senta na cama em quanto toma seu remédio junto com um copo grande de água. Aquela é uma das cenas mais normais que um ser voyeur pode presenciar, mas mesmo assim ela foi como um soco na boca do estomago de Sam. Ele ficou tentando aumentar o zoom do binóculo, mas ele já havia visto bem nitidamente para ter certeza: aquela mulher bebendo água era a mesmo que ele havia visto em seu pesadelo a algumas horas atrás.
Quando coisas estranhas acontecem, demora um pouco para que a mente volte a raciocinar. A de Sam levou exatas duas horas de observação para voltar ao normal e quando foi dar por si, já estava quase amanhecendo e ele tinha voltar para seu apartamento e se arrumar para ir trabalhar. Anotou o nome da rua e o número do prédio, assim como o número que ele acreditava ser o do apartamento da tal mulher. Foi correndo para casa na esperança de não se atrasar para o trabalho pela sétima vez esse mês.
Durante o caminho de volta, Sam via em cada reflexo de vidro a imagem da mulher misteriosa presa nas garras do monstro máquina que o estava seguindo em seu sonho, então ele percebeu que aquela cena seria muito difícil de ser esquecida. Correu pela escada do seu prédio rezando para poder ter tempo de só pegar uma camisa limpa e ir voando para o trabalho. Mas quando abriu a porta do apartamento percebeu que as coisas não iam acontecer da forma como ele queria. Parado a sua frente estavam dois homens com roupas que lembravam os personagens do filme, Senhor dos Aneis.
- Vossa senhoria seria o jovem Samuel Morris? – perguntou o barbudo com um cajado nas mãos.
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