Segundo capitulo e continuação do romance que eu estou escrevendo.
Lembrando que a série Um novo escurecer não foi paralisada, ainda pretendo postar o segundo arco que se chamará Tradição e provavelmente será dividido em três partes.
Espero que gostem desse novo romance.
Para acompanhar lei primeiro Camadas - Capitulo I - Vendo o Invisível
Capitulo II – Grandes descobertas
Muito assustada Milena andou até a mesa em que a poucos minutos atrás um ser meio bode meio homem estava de pé. Ela pensava nas desculpas que Joe inventaria para se explicar e sabia que nada poderia convencê-la de que aquilo não era real, nem se ele dissesse que a coisa era só um anão fantasiado. Ela se sentou na cadeira enfrente a Joe e o encarou, como quem falasse em um tom de vocês estridente “Vamos! Me explique o que era aquilo!”, mas ao contrario de suas expectativa ele não tentou se explicar com desculpas esfarrapadas ou tentando convencê-la de que estava ficando louca. Ele continuou olhando-a nos olhos sem nada dizer.
- E então J? Você não vai me explicar o que era aquela coisa que estava com você agora a pouco? – ela disse ainda o encarando, mas agora com uma expressão de ferocidade no rosto.
Mas ele ficou mais uns instantes calado, só olhando para os olhos da menina de vinte e poucos anos, que já trabalhava a três para ele. O ar estava tenso entre os dois. Milena não entendia o porque do silencio de Joe e começou a duvidar de si mesmo, afinal poderia estar sonhando ainda. Porém não ia mais pensar que estava louca, não depois do que já havia passado, então quando estava abrindo a boca para indagar mais um a vez, Joe levantou o braço como que para calá-la e ela se calou, mas ainda estava procurando uma explicação. Vendo que não podia mais segurar o silencio, ele começou a falar.
- A coisa que você viu encima da minha mesa é um sátiro, na verdade um sátiro anão, mas mesmo assim não deixa de ser o que é. Ele veio aqui me cobrar um favor.
- Então você vai querer me convencer que deve favores a sátiros? O que ele fez para você? Te salvou de ogros? – na voz de Milena era audível um tom de desespero, porque no fundo ela, não só, esperava que ele tentasse se explicar com desculpas como precisava dessas mesmas desculpas, já que acreditar em sátiros não é uma boa coisa, as pessoas te prendem em manicômios por muito menos.
Joe ficou novamente calado. Seu rosto passava nitidamente o descontentamento por ter de ouvir aquelas gracinhas de uma menina que não sabia nem da missa a metade sobre qual era a verdadeira situação em que estava se metendo. Porém não resistiu em deixá-la mais uma vez perplexa com uma resposta inesperada.
- Quando eu tinha mais ou menos a sua idade, fui acampar com uns amigos numa floresta velha que existia perto da minha cidade. Éramos jovens e descuidados, não escutamos os mais velhos que contavam as lendas do lugar. Ficamos perdidos na floresta antiga e encontramos uma caverna, cometemos o erro de dormir na caverna e na manhã seguinte quando acordei estava sozinho e havia rastro de sangue pelo chão. Segui os rastros até o final da caverna, que era mais extensa do que imaginava, mas ao chegar no fim o que vi não era muito agradável. Os corpos de dois dos meus amigos estavam jogados envolta de uma fogueira e do outro lado um wendigo estava comendo o que sobrara de um dos amigos que havia sido levado. Corri em direção a saída sem olhar para trás, mas acabei tropeçando em Herculinus, o sátiro que você viu aqui comigo. Ele era um caçador de criaturas “más” e estava a procura desse mesmo wendigo, muito contra a minha vontade eu o levei até o final da caverna e juntos lutamos contra a besta. Concluindo: devo a minha vida e a dos meus dois amigos a Herculinus, porque o wendigo havia deixado com que eu o visse e por isso teria que me caçar até que eu estivesse calado.
Milena não pode conter as risadas que saiam de sua boca e isso só piorava a expressão de descontentamento de Joe. Ele havia contato a história de forma que se lembrava, provavelmente esqueceu algum detalhe por menor, mas isso havia sido tudo, não gostava que rissem dele, ainda mais quando o assunto era sério. Mas Milena não conseguia, ou não queria acreditar em história tão absurda.
- J! Grande J! A quanto tempo nos conhecemos? Quatro anos? Desde que eu me mudei para essa pocilga de bairro. E você quer mesmo que eu acredite que o duende caçador de monstro salvou a sua vida e que agora está te cobrando um favor? E o que ele quer que você faça? Que você ajude a exterminar os invasores de Marte?
- Ele não é um duende. Duende são seres mais sacanas. E sim, eu devo um favor para ele, só que é bem mais simples que matar marcianos. Ele quer que eu mate você.
Milena já não ria mais, para ela a brincadeira havia ido longe de mais e agora estava cheirando a loucura. Ela havia visto mesmo aquele anão fantasiado sumir do nada para o nada, mas também sabe que existem n truques de mágica que fazem o mesmo efeito, só entendia porque Joe estava inventando aquela história de matá-la. Com certeza a história não tinha mais graça e ela sabia que Joe tinha sempre uma arma na gaveta do meio, a que tinha tranca. Começou a temer por sua vida, então achou que seria melhor levantar e ir embora, antes que Joe tivesse a chance de atirar nela e cumprir a missão que o anão bode havia lhe dado. Ela começou a se levantar dizendo para ele que não acreditava na história, mas que isso não era problema, porque ela tinha que trabalhar. Foi quando ela já estava na porta que Joe disse uma coisa que a fez parar e voltar.
- Você está tendo pesadelos a um tempo não é verdade? – a frase a fez voltar e ficar de frente para Joe em pé.
- Isso é fácil de saber. Você acha que eu vou cair num truque tão fácil, todos aqui tem pesadelos, é só olhar para essa droga de bairro e...
- Você sonha com criaturas que jamais viu, - ele a interrompeu – e uma dessas criaturas é o sátiro que estava aqui comigo.
Aquela adivinhação era melhor que a primeira e começou a conversar Milena de que tudo poderia ser verdade. Ela sentou meio que sem ar na mesma cadeira de onde havia se levantado com medo de tomar um tiro a poucos segundos atrás. Sua mente girava rápido demais dessa vez. Ela ficava olhando para Joe, só que dessa vez não havia traços de descontentamento e sim um leve sorriso de canto de boa, que dizia o quanto o momento era prazeroso para ele. Mas a ficha estava caindo para Milena. Saber que ela estava tendo pesadelos era muito fácil, bastava ficar a observando durante toda a noite que poderiam vê-la levantando mil vezes e indo a cozinha pegar água para o remédio. Já contar que nos seus sonhos haviam sátiros poderia não passar de um mero palpite, então ela voltou a temer pela vida, mesmo que Joe não passasse a impressão de que estava pronto para matá-la, suas mãos estavam cruzadas na frente do rosto enquanto os cotovelos se apoiavam nos braços da cadeira.
- J, como você sabe que eu tenho tido pesadelos com criaturas e que uma delas é o seu amigo anão fantasiado? Você está me espionando a noite?
- O que? Você está ficando maluca? Eu mal tenho tempo de dormir. Você acha mesmo que eu vou perder tempo te olhando, fora que eu nem sei em qual andar você mora.
- Então como você sabia de tudo isso?
- Simples! O Herculinus me contou algumas coisas e foi fácil deduzir o que estava acontecendo.
- Se é tão fácil e simples assim, me conta, porque a burra aqui ainda não sabe de nada.
Mais uma vez ele a encarou sério, mas dessa vez havia um brilho fosco no seu olhos, parecido com aquele que as crianças más tem antes de começar um briga na escola ou empurrar um amiguinho da escada. Foi então que ele abriu a boca.
- Você os vê nos sonhos, porque além de fazer parte do grupo dos escolhidos, é um dos cinco portais de transição. Entenda garota: você é especial.
2 Sua opinião:
Nossa, juro, passei aqui hoje e li os dois capitulos. E eu não sou chegada em histórias muito fantasiosas, mas você tem muito talento, realmente.
e nao precisa agradecer.
eu entrei aqui, vi que você se dispõe a escrever e só tinha o meu comentário. O que é bom tem que ser divulgado né! haha mesmo que meu blog nao tenham muuitos leitores, eu tentei!
Muuito bom, quando atualizar dá uma avisadinha!
depois de adiciono quando eu estiver em casa!
Beeijos
Li seu conto "Sangue e Balas de Goma" e deixei um comentário bastante entusiasmado, rs.
Não posso ler este agora, tô beeem atrasada, mas prometo que volto depois pra ler. Já disse que vou frequentar? É, disse.
Beijos!
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