Simetria Cibernética

As teclas gemem enquanto digito.
Talvez seja só o som do cérebro eletrônico funcionando
Ao passo que o pé físico força a estante que o segura.
O som é constante, mesmo com o vaco da mente.
E se propaga nas longas estradas virtuais
Nas quais meus pés físicos, só tocam por um encanto
Chamado script

Quem sabe um dia, não largo a areia vetorial
E surfo nas ondas magnéticas.
Afinal de contas, não foi para isso que a prancha de metal foi criada?

Ando guardando arquivos mortos demais
Sinto que posso até montar um simétrico para coisas que não quis deletar
Penso que foi por Ter medo de achar valor no lixo
E um dia me jogarem fora, pois já não tenho mais valor também
Quando se apaga um bit, se perde uma lembrança
Já que não há mais na mente para guardar os sentimentos analógicos

Se eu perdi a essência humana?
Não! Longe disso.
Apenas a digitalizei em busca de um novo ideal.
A quem (ou a o que) chamo de: “Simetria cibernética”

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